quinta-feira, 24 de setembro de 2009

IAB promove 2º Seminário de Planejamento Urbano amanhã e sábado

O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) núcleo Criciúma, realiza nos dias 25 e 26 de setembro, o 2º Seminário de Planejamento Urbano: Habitação e Desenvolvimento Sustentável, no auditório Rui Hülse, na Unesc. O objetivo do evento é se alinhar às diretrizes do Estatuto da Cidade quanto à garantia do direito a cidades sustentáveis que devem orientar a construção da política urbana. “No momento em que ainda se discute a proposta do novo Plano Diretor da cidade e o Plano Municipal de Habitação do Município de Criciúma o seminário vem trazer oportunidade para os cidadãos, arquitetos ou não, associações, sindicatos, entidades em geral, de discutirem uma proposta de desenvolvimento urbano sustentável para Criciúma”, destaca o diretor do curso de arquitetura da Unesc, arquiteto Jorge Vieira.
Direcionado a arquitetos e profissionais do setor da construção civil, secretários das prefeituras da região e interessados no tema o seminário vai contar com a participação de palestrantes de Brasília, São Paulo e Joinville com “visões e experiências sobre uma nova conduta voltada para a sustentabilidade, baseada em parâmetros que transcendem as atuais fronteiras disciplinares", explica a diretora institucional do IAB, Izes Regina de Oliveira.Para participar do seminário associados ao IAB (em dia) e estudantes pagam R$ 40,00. O ingresso normal é R$ 80,00. Para inscrições realizadas no dia os valores serão R$ 50,00 para estudantes e R$ 100,00 normal. O evento tem apoio do CREA e da Unesc. Os ingressos estão sendo vendidos no IAB no período da tarde.

A modernidade (in)sustentável

A modernidade, surgida com a revolução industrial, representa uma mudança institucional segundo estilos de vida e de organização social. Esses nossos estilos de vida trouxeram problemas ambientais. A destruição causada pela Segunda Guerra Mundial e suas bombas atômicas, aumentou a preocupação intelectual com o meio ambiente natural. O capitalismo mudou a espacialidade das cidades, trouxe a poluição industrial para os ambientes urbanos e a urbanização atingiu índices exponenciais e aumentou a pobreza. Os recursos naturais se exaurem e a sociedade empobrece. Em consequência esta sociedade capitalista é recheada de riscos de ordem social, de saúde, moral e ecológica. Como afirmam vários estudiosos, os riscos estão presentes no cotidiano de nossa época e a crise ecológica não só é parte dessa sociedade de risco como é sua maior evidência.
São muitos os males visíveis e invisíveis da civilização, como lembra Gadotti: especialização do trabalho que diminui as iniciativas; o tempo cronometrado que precipita os ritmos; o espírito de competição e êxito que desvirtua a solidariedade e desenvolve o egoísmo; a pressão do cotidiano que sufoca a existência, traz estresse e esgota os nervos; a regressão da democracia cujos problemas os políticos estão incapazes de resolver; o culto ao belo, ao novo e ao descartável; a elevação dos níveis de vida ligada a degradação da qualidade de vida.
O crescimento descontrolado e sem planejamento dos centros urbanos trouxe acentuada queda na qualidade de vida com representativo crescimento dos problemas sociais e desequilíbrios ambientais, e surgimento das periferias. O capitalismo iniciou e depois a globalização reforçou a mudança estrutural das cidades cujos indicadores da (in)sustentabilidade urbana são reconhecidos pelo déficit habitacional crescente, esgotamento sanitário insuficiente, congestionamento do trânsito, degradação ambiental, poluição, enchentes, deslizamentos, miséria, etc, etc. A crise ambiental encontrou as cidades num processo de exaustão dos recursos não renováveis, no aquecimento global e a sociedade numa situação crítica. Para ver é só olharmos para os lados...

Arq Izes Regina de Oliveira - Mestranda em Ciências Ambientais - Unesc

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Habitação e Sustentabilidade Urbana

Deficiência de infraestrutura das cidades, índices de pobreza, insalubridade das habitações, alimentos contaminados, doenças como câncer e mal de alzheimer dão-nos conta de que vivemos uma época de várias crises: ecológica, ambiental, moral, energética e financeira, as quais abriram mudanças para novos conhecimentos e novas visões de mundo e de vida. Os problemas urbanos de natureza social rebatem no meio ambiente já que denuncia a má qualidade de vida como decorrência da degradação ambiental. Para nos sensibilizarmos com esta problemática, precisamos renovar nossos conceitos e práticas. Outra visão da relação entre a vida humana nas cidades e a biosfera está surgindo em todos os cantos do mundo com novas fronteiras do conhecimento. Para discutirmos algumas questões dentro desta problemática e mais especificamente as que envolvem a habitação e a sustentabilidade urbana, o IAB – instituto de arquitetos do Brasil – Núcleo Criciúma promove nos dias 25 e 26 de setembro com apoio da UNESC, o II Seminário de Planejamento Urbano: Habitação e Sustentabilidade Urbana.
O IAB traz a oportunidade aos arquitetos e demais pessoas interessadas numa nova consciência sobre a sociedade de ouvirem e debaterem com arquitetos pesquisadores de Brasília, São Paulo e Florianópolis e professores do Mestrado em Ciências Ambientais da Unesc sobre estas questões complexas que atingem a todos.
O desenvolvimento sustentável, segundo vários autores, é a idéia que se destina a “erradicar a pobreza, satisfazer as necessidades básicas e melhorar a qualidade de vida da população”, num movimento rumo ao equilíbrio. A nova visão rejeita o modelo que aí está, o qual caracteriza nossa época com medos, insegurança, poluição, degradação do meio ambiente, exaustão dos recursos naturais, pobreza, fome, insalubridade, poluição e consumo desenfreado. A proposta de mudança está dentro de uma nova educação voltada para a ecologia e o estímulo do respeito à natureza. A salvação da vida no planeta depende da consciência da sociedade e do conhecimento ecológico dos políticos no sentido de agirem para iniciarmos a mudança das cidades. A emergência da crise global depende de transcender os modelos clássicos, com mudança imediata de atitude, de consciência, de educação e de referências.

Arquiteta Izes Regina de Oliveira - Mestranda em Ciências Ambientais - Unesc