quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A modernidade (in)sustentável

A modernidade, surgida com a revolução industrial, representa uma mudança institucional segundo estilos de vida e de organização social. Esses nossos estilos de vida trouxeram problemas ambientais. A destruição causada pela Segunda Guerra Mundial e suas bombas atômicas, aumentou a preocupação intelectual com o meio ambiente natural. O capitalismo mudou a espacialidade das cidades, trouxe a poluição industrial para os ambientes urbanos e a urbanização atingiu índices exponenciais e aumentou a pobreza. Os recursos naturais se exaurem e a sociedade empobrece. Em consequência esta sociedade capitalista é recheada de riscos de ordem social, de saúde, moral e ecológica. Como afirmam vários estudiosos, os riscos estão presentes no cotidiano de nossa época e a crise ecológica não só é parte dessa sociedade de risco como é sua maior evidência.
São muitos os males visíveis e invisíveis da civilização, como lembra Gadotti: especialização do trabalho que diminui as iniciativas; o tempo cronometrado que precipita os ritmos; o espírito de competição e êxito que desvirtua a solidariedade e desenvolve o egoísmo; a pressão do cotidiano que sufoca a existência, traz estresse e esgota os nervos; a regressão da democracia cujos problemas os políticos estão incapazes de resolver; o culto ao belo, ao novo e ao descartável; a elevação dos níveis de vida ligada a degradação da qualidade de vida.
O crescimento descontrolado e sem planejamento dos centros urbanos trouxe acentuada queda na qualidade de vida com representativo crescimento dos problemas sociais e desequilíbrios ambientais, e surgimento das periferias. O capitalismo iniciou e depois a globalização reforçou a mudança estrutural das cidades cujos indicadores da (in)sustentabilidade urbana são reconhecidos pelo déficit habitacional crescente, esgotamento sanitário insuficiente, congestionamento do trânsito, degradação ambiental, poluição, enchentes, deslizamentos, miséria, etc, etc. A crise ambiental encontrou as cidades num processo de exaustão dos recursos não renováveis, no aquecimento global e a sociedade numa situação crítica. Para ver é só olharmos para os lados...

Arq Izes Regina de Oliveira - Mestranda em Ciências Ambientais - Unesc